Com estas questões, outras vieram e, na medida, do possível, fomos tentando sucitar reflexões e olhares para o que aquele menino não havia pensado ainda... E, mais que nunca percebi uma continuidade, na postura do garoto, que reproduz valores que lhe foi passado pelos seus pais, reafirmando a supramacia de gênero, na qual a rua fica para o homem e a casa para a mulher, e a mudança, na postura de meu filho, que não se incomoda em montar uma casa de boneca para sua amiga, ou até mesmo brincar, posto que em nossa casa, trabalhamos a cooperação, os cuidados conjuntos com a casa, arrumar, manter arrumado, organizar as coisas e, ele cooperar para esta organização, pois, um dia quando ele precisar, saberá fazer e contribuirá com sua companheira. E, com certeza estes cuidados jamais farão dele menos homem, mas sim farão dele um homem que também cuida, ajuda, coopera sem problema.
Esta situação me remeteu as alterações nos brinquedos em decorrência das modificações nas relações de gênero, afinal, o brincar, o lúdico, a brincadeira é uma ponte no processo de socialização do grupo, que faz com que a criança aproxime-se do universo adulto. Por exemplo, na minha infância, as bonecas eram princesas, mães... Hoje, 2011, as bonecas são dentistas, advogadas, professoras, médicas, enfim, tem uma profissão, uma graduação. Elas dirigem, tem carros, pista de corrida, são pilotas, enfim, refletem as nossas conquistas como mulheres que passaram por várias situações como o desquite na década de 60, o divórcio em 1977/78, a alteração no conceito de família na Constituição de 88, que dentre outros feitos garantiu a nossa cidadania, dizendo que "homens e mulheres tem os mesmos direitos tanto dentro quanto fora do âmbito doméstico", as mudanças quanto aos casamentos que antes da década de 80 eram mais cedos 17 a 20 anos no máximo, e hoje vão sendo realizados a partir dos 30 anos até o infinito da idade.
Quanto aos homens também observamos as mudanças, pois, tem-se que com o divórcio, começam a surgir as famílias monoparentais, em que alguns ficam com os filhos e aprenderam a cuidar, a olhar para o âmbito doméstico, ir as compras, trocar fraldas, fazerem cursos de culinária, participar das reuniões de pais, acompanhar os filhos na escola, enfim, engajarem-se no universo que era considerado apenas feminino, o que ampliou o olhar e a dimensão de homem.
Neste sentido, tanto homens quanto mulheres são diferentes quanto aos hormônios, a genitália (SALVE POR ISSO!!!), mas iguais em direitos e deveres, ninguém caminhando na frente ou atrás, exceto se a cultura do grupo assim o impuser, mas caminhando lado a lado.
Assim, percebe-se que as questões de gênero, continuam a nortear as nossas relações sociais, interpessoais, sejam dentro ou fora do âmbito familiar, sendo reproduzidas valorizando a hieraquia de gêneros citada por Richard Parker em seu livro, Corpos, prazeres e paixões, ou valorizando o relacionamento puro (companheirismo) presente no pensamento de Anthony Giddens no seu livro A transformação da Intimidade; sexualidade, amor e erotismo nas sociedades contemporâneas. Mostrando aqui, o que pesquisei na graduação e no mestrado as continuidades e mudanças nas relações familiais, a partir dos olhares que temos e repassamos aos nossos filhos acerca do que consideramos coisa de menino e coisa de menina.
(Marcia Adriana Lima de Oliveira)
Esta situação me remeteu as alterações nos brinquedos em decorrência das modificações nas relações de gênero, afinal, o brincar, o lúdico, a brincadeira é uma ponte no processo de socialização do grupo, que faz com que a criança aproxime-se do universo adulto. Por exemplo, na minha infância, as bonecas eram princesas, mães... Hoje, 2011, as bonecas são dentistas, advogadas, professoras, médicas, enfim, tem uma profissão, uma graduação. Elas dirigem, tem carros, pista de corrida, são pilotas, enfim, refletem as nossas conquistas como mulheres que passaram por várias situações como o desquite na década de 60, o divórcio em 1977/78, a alteração no conceito de família na Constituição de 88, que dentre outros feitos garantiu a nossa cidadania, dizendo que "homens e mulheres tem os mesmos direitos tanto dentro quanto fora do âmbito doméstico", as mudanças quanto aos casamentos que antes da década de 80 eram mais cedos 17 a 20 anos no máximo, e hoje vão sendo realizados a partir dos 30 anos até o infinito da idade.
Quanto aos homens também observamos as mudanças, pois, tem-se que com o divórcio, começam a surgir as famílias monoparentais, em que alguns ficam com os filhos e aprenderam a cuidar, a olhar para o âmbito doméstico, ir as compras, trocar fraldas, fazerem cursos de culinária, participar das reuniões de pais, acompanhar os filhos na escola, enfim, engajarem-se no universo que era considerado apenas feminino, o que ampliou o olhar e a dimensão de homem.
Neste sentido, tanto homens quanto mulheres são diferentes quanto aos hormônios, a genitália (SALVE POR ISSO!!!), mas iguais em direitos e deveres, ninguém caminhando na frente ou atrás, exceto se a cultura do grupo assim o impuser, mas caminhando lado a lado.
Assim, percebe-se que as questões de gênero, continuam a nortear as nossas relações sociais, interpessoais, sejam dentro ou fora do âmbito familiar, sendo reproduzidas valorizando a hieraquia de gêneros citada por Richard Parker em seu livro, Corpos, prazeres e paixões, ou valorizando o relacionamento puro (companheirismo) presente no pensamento de Anthony Giddens no seu livro A transformação da Intimidade; sexualidade, amor e erotismo nas sociedades contemporâneas. Mostrando aqui, o que pesquisei na graduação e no mestrado as continuidades e mudanças nas relações familiais, a partir dos olhares que temos e repassamos aos nossos filhos acerca do que consideramos coisa de menino e coisa de menina.
(Marcia Adriana Lima de Oliveira)