Olhares sócio-antropológicos sobre Filmes, textos, artigos, livros, documentários,..

Amo cinema e vejo nos filmes inúmeras oportunidades de refletirmos sobre a vida, sobre temas diversos que nos tocam de maneiras diferentes, a partir de nossas grades de leitura e nossas vivências.
Assim, faremos neste primeiro momento reflexões sobre filmes, documentários que assisti e partilhei com meus colegas de sala (educandos) e outros que assisti em momentos de lazer criativo e produtivo. E, em um segundo momento farei comentários de livros, textos, artigos, enfim, o que li e como apreendi o lido, e os frutos de minha vivência, do meu dia-a-dia, do meu vivido também. Tudo isto será partilhado aqui com cada um de vocês!!

Boa Leitura!!

terça-feira, 26 de junho de 2012

BUZINAR OU NÃO BUZINAR? EIS A QUESTÃO...


 



Hoje, vamos falar sobre a Buzina no trânsito. Bem, em 1995, quando fazia o Mestrado em Antropologia na UFPE, tinha uma colega que escrevia sobre a violência no trânsito. Em 2007, em Teresina-Pi, um colega de trabalho, cirurgião buco-maxilo-facial, fazia uma pesquisa sobre o alto indice de acidentes no trânsito, no que se refere a motoristas de motorcicleta, o que me chamou atenção; e, hoje 2012,  continuamos a refletir sobre a violência no trânsito. Contudo, vamos analisar de outra forma esta questão...
Na década de 80, Walt Disney, produziu um filme do Pateta sobre as transformações que as pessoas passam ao entrar no carro, tornando-se, dependendo do tamanho do carro, intolerantes quanto ao outro. Ela e o carro, tornam-se um só corpo que vai dizendo:"SAI DA FRENTE QUE ESTOU PASSANDO!!!" E, quem não obedece vai sendo obrigado a fazê-lo. As pessoas manifestam a sua intolerância neste momento. Reflexos da sociedade da dissolvência, usando um termo de Bauman, fluidez, liquidez que diz que tudo se desmancha, tudo é passageiro, inclusos os desejos tornam-se transitórios e as pessoas vão sentindo medo do envolvimento, da intimidade, mantendo, assim, uma distância um do outro. Mas, e a Buzina?
Bem, neste espaço do trânsito, em que qualquer descuido pode ser fatal, é importante que as leis do trânsito ajudem a dar uma ordem a este espaço, por vezes caótico, composto pelos transeuntes, ciclistas, motoristas. E, uma destas leis fala da Buzina, e de momentos em que se deve fazê-lo, colocando que esta seja evitada ao extremo, ou seja, somente em último caso se deve usar a buzina...
Bem, conforme minha experiência no trânsito em que tanto já bati o carro, quanto já fui, por várias vezes, batida... Passei a utilizar mais a buzina, e noto que ela funciona como uma voz, a voz do carro que avisa: "Cuidado!", ou "PRESTE ATENÇÃO!", ou "OBRIGADA!" E, que não deve ser omitida, utilizando a direção preventiva, percebo a buzina como um alerta, como uma amiga no trânsito, principalmente, porque o outro pode estar desatento, não deveria, mas pode estar, e esta desatenção pode custar-lhe a própria vida ou de outrem, mas que em um milésimo de segundo, com um simples toque de buzina, o outro pode ser reconduzido ao seu caminho sem problema e ainda agradecerá.
Falo aqui, da buzina como um instrumento de alerta, que por vezes funciona melhor do que a luz, o som chega com maior propriedade durante o dia, e, também em alguns momentos a noite. E, fico triste quando vejo adolescentes fazendo campanhas contra a buzina no âmbito escolar, porque, a buzina, como tudo na vida que é utilizado em excesso é prejudicial, mas na dose certa pode salvar, não apenas uma vida, mas várias.
Portanto, vamos dar mais voz ao carro no trânsito, para que no dialogo com outros possa ir participando, um com o outro do processo de comunicação, em que o toque leve seja usado como alerta, um acordar para os desatentos, um obrigada quando uma gentileza for feita, enfim, uma repreensão quando se fizer necessário... Pois, conforme minha vivência no trânsito, e como diz o ditado popular:"Pela falta de um grito, no momento certo, pode-se perder uma boiada!!"

Paz e bem

Marcia Adriana Lima de Oliveira

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