Olhares sócio-antropológicos sobre Filmes, textos, artigos, livros, documentários,..

Amo cinema e vejo nos filmes inúmeras oportunidades de refletirmos sobre a vida, sobre temas diversos que nos tocam de maneiras diferentes, a partir de nossas grades de leitura e nossas vivências.
Assim, faremos neste primeiro momento reflexões sobre filmes, documentários que assisti e partilhei com meus colegas de sala (educandos) e outros que assisti em momentos de lazer criativo e produtivo. E, em um segundo momento farei comentários de livros, textos, artigos, enfim, o que li e como apreendi o lido, e os frutos de minha vivência, do meu dia-a-dia, do meu vivido também. Tudo isto será partilhado aqui com cada um de vocês!!

Boa Leitura!!

sábado, 19 de dezembro de 2015

Natal, momento de reflexão sobre o Amor!!







Chegamos ao término de mais um ano. Contudo, antes do término, propriamente dito, no início de dezembro, os Cristãos começam a vivenciar o Advento, "anunciando a chegada de Deus", na forma de um menino que foi chamado de Jesus Cristo.
              Cristo nasceu e foi conquistando o mundo, não através da força, mas através da palavra e de todas as suas ações e, nestas, o amor que foi incondicional. Amor manifesto aos pais, na forma de respeito, consideração; manifesto a Maria Madalena, em que independente do que ela fez anteriormente, Ele a perdoa; as crianças, idosos, enfim, a todos indistintamente. Deixando para nós o seu mandamento maior:"Amai-vos uns  aos outros como eu vos tenho amado". E, a questão hoje é como tenho amado a mim, ao outro, aos outros a minha volta, então? O que é amor?
                 Muitos conceitos de amor existem, tais como: "fogo que arde sem se ver; ferida que dói e não se sente; calmaria, tranquilidade, paz..." Bem, se trabalharmos com "o fogo que arde sem se ver, ferida que dói e não se sente..." É complicado porque dá a ideia de que o amor é insensível, como uma hanseníase, doença que oculta a dor, em que há a perda da sensibilidade,... Será isto o amor? Acredito que não. Amar não é ficar entorpecido, inconsciente, sem sensibilidade.... Amar é a consciência, ou a tomada de consciência de um outro que é tão pleno quanto você que ama.
                     Consciência, estar ciente dessa existência pressupõe a vida, pois, ao tomarmos consciência de algo, alguém ou alguma coisa, ela passam a tornar-se presente, materializar-se, mostrar-se... Então, pode-se dizer que Amar alguém é ter a consciência da existência deste alguém, que passa a ser e se fazer presente na sua mente, no seu ser simbólico e também físico, porque sente-se o toque, sente-se o perfume, sente-se a respiração, sente-se todas as manifestações da vida que emerge e ganha corpo no encontro físico ou apenas não- físico, mas físico pelas sensações que se experimenta. 
                        NOSSA!!! E, no relacionamento mais intimo com alguém, em que o Amor deveria prevalecer, pois a consciência nos torna livres, já que somos livres não por fazermos o que queremos, mas por termos a consciência de que temos escolhas e que a cada escolha feita optamos por assumir todas as responsabilidades que ela trás. Assim, estar com o outro que se ama, é vê-lo, ter a consciência deste outro, de suas qualidades e defeitos, mas ainda assim, querer, desejar estar com, partilhar de sua vida com, estar-se preso, comprometido, por vontade própria. Desejar vivenciar uma vida a dois, requer negociações, que ora um ceda aqui e o outro acolá, já que são seres humanos plenos e os desejos se pluralizam neste sentido, então, o querer estar com enquanto expressão do amor é maior que o EU, pois passa-se naquele momento, ao conhecimento, a consciência do NÓS. Duas pessoas ao partilharem de suas vidas e reafirmarem suas existências todos os dias pela consciência um do outro, denominada Amor.
                       E, o Amor no sentido mais pleno, extensivo, não apenas a relacionamentos mais intimos, mas ao outro, em especial que não gosto tanto... Bem, este amor incondicional, mostra-nos a existência ou tomada de consciência da existência do outro, no sentido mais amplo, pois, tomo consciência de sua existência e de sua simpatia ou antipatia, tomo consciência que temos semelhanças ou que somos diferentes, e, que as diferenças são apenas diferenças, nem melhores, nem piores apenas diferenças... Acredito que do respeito incondicional ao outro emana o Amor, ou o sentido maior do Amor.
                      Assim, Cristo não julgou, apenas nos ensinou que vivemos em um mundo plural, com ideias, valores, crenças plurais em que o Amor é real, a necessidade de tomarmos consciência não apenas da nossa existência, mas da dos demais seres vivos, faz com que ampliemos o olhar do EU para o mundo, o cosmos, os múltiplos NÓS, conforme supracitado, auto-percebendo-se como a VERDADE que liberta, de que não estamos sozinhos, e nem somos sozinhos, mas estamos em grupo, mesmo que os membros deste não se conheçam, todos  pertencemos a mesma TERRA, o CAMINHO, porque Cristo mostra que a partir do momento em que você tem o Amor, ou a consciência de si e do outro, as escolhas de vida pautam-se ou deveriam pautar-se no respeito, nas escolhas conscientes, no exercício da liberdade, que somente é possível, como vimos, através da consciência. E, por fim, a VIDA, vida que é mais do que a matéria, Vida que se multiplica na infinidade de conexões espirituais que fazemos ao longo das existências. Encontros, que ganham dimensões maiores do que apenas, no caso de relacionamentos mais intímos, fisicos... Pois, o desejo é o que não se tem e quando se tem ele desaparece.. e o Amor é perene, como um rio farto, limpo, translúcido, forte e calmo ao mesmo tempo... Enfim, encontro de Almas é maravilhoso!!! Como foi o encontro de José e Maria. Afinal, olha que amor magnífico!! José não queria aceitar Maria como sua esposa e nem Jesus seu filho, por não ser filho biológico dele, mas Deus é tão sábio, que mostrou a  José que ele poderia sim aceitar Maria e o filho dela, pois o Amor que ele sentia por Maria, seria e foi extendido ao filho, e mostrou que família e ser família é mais do que somente seres biologicamente juntos, mas pessoas que se amam e querem estar juntas.
                    Portanto, o Natal, tem um sentido mágico por nos mostrar o AMOR de Deus, a tomada de consciência de Deus sobre cada um de nós, e da necessidade que Ele sentiu, de nos ajudar, através de Cristo a tomarmos consciência da nossa existência terrena, do que fazemos ou estamos fazendo com ela e com todos os demais seres vivos, viventes e habitantes desta grande casa que temos que é a mãe Terra. Tomarmos consciência de que eu tenho que me amar primeiro, eu tenho que primeiro ter consciência de mim, ou sobre mim, para depois ter a consciência do outro, perceber e respeitar o outro, como me percebo e me respeito. Como Cristo diz:"Um mandamento vos dou, amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado"....
                            Assim, sendo DESEJO A TODOS UM FELIZ NATAL!!!!! E, que a cada dia, estejamos vivenciando o Natal em nossas vidas!!! PAZ E BEM A TODOS!!!
                                                                                                       (Marcia Adriana Lima de Oliveira)








quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Momento de Passagem (2015/ 2016) = Momento de Reflexão

Momento de Passagem trás no bojo momento de reflexão ou não... A reflexão sempre é oriunda de uma auto crítica, de uma parada para analisar o que foi bom, e melhorar, e o que foi ruim, jamais repetir... 
Porém, isto não deveria ser apenas no final do ano, como se na nossa vida, no nosso cotidiano, não precisássemos estar constantemente a nos autoavaliar. E, aqui não vejo a auto avaliação como um mal ou algo que beire a censura, mas vejo como algo positivo, se temos a consciência de que todos os dias estamos crescendo, todos os dias estamos aprendendo e, principalmente, estamos passando por mudanças e transformações a cada dormir e acordar, a cada dia aprendemos algo, o que antes sentíamos agora podemos não sentir mais, como víamos podemos não ver mais, enfim, tudo é efêmero... Porém, existem coisas que dentro desta efemeridade tem a sua dimensão duradoura, como a consciência de que o conhecimento é infindo e que sendo infindo, não pode ser aberto e fechado, ou seja, a cada dia, um pouco deste conhecimento vai sendo aberto e somado a este conhecimento, surgem outros e outros que o questionam, que o reafirma, que o acrescentam, que somam, jamais diminuem, jamais, torna-se algo tolo, banal, mas tudo o que aprendemos é importante, ou foi importante e um momento ou será importante em outro... Enfim, o conhecimento é o que nos faz ser cada vez mais seres humanos, cada vez mais homens, mulheres, crianças, mais e mais seres abençoados, ou que nos desumanizam, e nos tornam duros, insensiveis, mesquinhos... E, aqui é onde entra a autocrítica, e o conhecimento, que nos diz que o conhecer é algo tão grandioso, que temos que ter a humildade sempre, por sabermos ainda temos tanto a aprender, tanto a conhecer, e, assim, não cabe a arrogância, a prepotência, a ignorância de muitos que se deixam endurecer ou fechar-se frente a um conhecimento, tornando-se inflexivel a qualquer outro, a própria Vida. Assim, que a cada dia de 2016 e outros vindouros possamos estar no ínício do dia pedindo a Deus (pois este é meu credo, mas peçam ao que acreditam, uma Energia, um Ser Cósmico,..) humildade para aprender o que eu possa aprender ao longo do dia, e partilhar com alegria o conhecimento adquirido, e ao final de cada dia Agradecer a Deus tudo o que aprendeu, e fazer a autocrítica, se o que veio é bom, para que fique, ou se não que se vá, e fique apenas como alerta de algo que não se deseja ter jamais. ENFIM, FELIZ CADA DIA DE APRENDIZADO NESTE PLANO TERRENO, LEMBRANDO SEMPRE QUE SER FELIZ É UMA ESCOLHA NOSSA!!! TUDO NOS CHEGA, MAS SOMOS NÓS QUE ESCOLHEMOS FICAR TRISTES OU SORRIR E SEGUIR EM FRENTE!!  E DE TODOS OS NÃOS QUE JÁ TIVE, ESCOLHO A VIDA, ESCOLHO A ALEGRIA, ESCOLHO VIVER DIGNAMENTE, HONRADAMENTE, APENAS VIVER E APRENDER A APRENDER A CADA DIA!!!! SIGAMOS MARAVILHOSAMENTE AUTOCRITICOS EM 2016
!!!!!(COM LEVEZA, NADA TÃO SEVERO...) AMÉM! 

domingo, 8 de novembro de 2015

Viver é um ato de Coragem?

Acredito sim, que viver é um ato de coragem, pelas dificuldades pelas quais passamos... 
Porém, refletindo sobre isso, percebi que as dificuldades tornam-se maiores ou não conforme as nossas escolhas... 
Afinal, somos nós e não a vida que é difícil ou complicada...
A vida, simplesmente, está aí, como uma folha em branco, aguardando o início da escrita, ou através de palavras, ou desenhos, ou pausas, ou silêncios, ou turbilhões de sons, harmoniosos ou não... 
Somos nós quem escolhemos o que registrar nesta folha de papel. No fundo, no fundo, somos nós que tomamos e fazemos as escolhas, somos nós que somos os responsáveis pelo caminho que construímos ao querer ir a algum lugar, ou não construímos ao ficarmos... 
Mas, independente de qualquer escolha somos nós... 
E, quando descobrimos isso, percebemos que viver não é complicado. A complicação está nas relações que travamos, nas regras de convivência, e no relacionamento nas regras que se tem que seguir. Escolhas...
Esperar ou ir... 
Tomar decisões, ou aguardar que outros a tomem por você... 
Mas são nossas escolhas.. 
Eu, não sei, depois de um tempo, resolvi apenas viver cada dia, cada segundo, cada momento, o que passou, está lá como alerta, aviso.. Aprendido. O que virá, posso interferir, mas não em tudo, quando o tudo não depende somente de mim, então, escolho fazer segundo minhas limitações e decisões o que puder fazer agora...
E, nesse momento, escolho registrar pensamentos, sentimentos, vividos, partilhá-los com vocês. Daqui a pouco, partilharei outros conhecimentos com meus orientandos, minhas orientandas nas correções dos projetos.. encaminhamentos dos TCCs, trabalhos das aulas, artigos, revistas, acompanhar o crescimento de meu filho e partilhar de meu vivido com ele e olhar ele também ter o próprio vivido e vir partilhá-lo comigo,, conversar,... 
Enfim, tenho muito a fazer... 
Escolho começar... 
Cada passo, um passo...
Cada momento um momento...
Mas estou aqui para uma conversa também, é tão bom arejar a mente, trocar ideias com quem faz bem...
Bom dia!!!
Marcia Adriana L. Oliveira


Foto e pensamento de Marcia Adriana L. de Oliveira

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Ser Feliz é a ausência de Tristeza? (por mim, Marcia Adriana L. Oliveira)

Ser Feliz é a ausência de tristeza? Não. 

Ser feliz é apenas reconhecer que nem tudo é possível de se ter, ou fazer, mas que cada pequena conquista, cada realização, cada gratidão pela vida, pelo ar que se respira, pelo alimento, pela habitação, pela vestimenta, pelo transporte, pela sabedoria para mantermos elevado os niveis de saúde de nosso corpo, de nossa mente, são motivos para a nossa felicidade, que vem da Gratidão!

Ser feliz também para mim é interagir com o outro, é conversar, é aprender, é partilhar conhecimento, é trocar ideias, é cantar, é tocar violino, é dançar, é cozinhar, é estar com meus familiares, amigos, amigas, é uma visita agradável, é ir visitar pessoas que são importantes para mim e, principalmente, ser feliz é poder ajudar quem está a minha volta também. 

Ser feliz é meu trabalho, amo o que faço! Enfim, não se tem tristeza? Bem, tem sim, mas os pontos de alegria e realização são tão fortes, que basta sair na rua, no sol, levantar os braços e sentir os raios de sol na palma de minha mão, que sinto Deus me abraçar carinhosamente e dizer:"Filha, você é tão importante pra mim! Você vai conseguir!" E, um sorriso volta a brilhar no rosto!!! Por isso, entreguem-se aos momentos abençoados de felicidade, e agradeçam sempre e sempre por tudo! Porque só o fato de estarmos vivos, já é uma grande graça e motivo de grande alegria, de grande Felicidade!  

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O que é ser alguém Doce?

       Bem, as pessoas que gosto, amo chamo de Lindas, Lindos, fofas, fofos. Nem, todos e nem todas, porque, primeiro cria-se o vínculo afetivo e depois, chama-se,e ainda pergunto se incomodo chamando assim, ou não.
        Porém, as vezes, há uma confusão. Qual é a confusão? Acredita-se que o tratar bem ao outro, ou a pessoa que faz isso é "boazinha", uma categoria que agrega "tolinha", "bobinha", "inocente", "ingenua"... Errado, doce e errado equívoco...
         Ser doce, é acima de tudo, você está conectado, atento a tudo o que acontece, mas sempre busca repeitar o outro, enquanto tentar colocar-se no lugar dele (a) também. Por isso, o olhar é um olhar suave, pois, neste universo da doçura, do ser Doce, o julgamento do outro, pode até ser feito, porque todos nós, a priori somos etnocêntricos (ou seja, tendemos a olhar o outro com nossos referenciais, nossa cultura, ora exaltando o nosso grupo, ora diminuindo-o, em ambos os casos o etnocentrismo se faz presente), mas, para os que conseguiram sair do seu etnocentrismo, temos o olhar relativista, que não relativiza tudo, mas respeita o outro, no que ele trás.... sem tecer julgamentos, e se o fazemos, imediatamente, convertemos este julgamento em tentativas de compreensão da ação. Afinal, só se pode dar o que se tem.
         Por isso, uma pessoa doce, pode ser uma pessoa zangada? Sim, perfeitamente, porque ser doce, não é aceitar injustiças, ouvir críticas sem medidas e equivocadas em silêncio profundo, como se concordasse com tudo o que está sendo dito... Não!! Definitivamente NÃO! Ser Doce, é mesmo dentro de uma discussão, ser capaz de se posicionar, sem emitir um palavrão, é buscar palavras, mesmo que duras, mas, necessárias no momento da discussão para que, em seguida consigam restaurar a paz. É falar duro, quando tiver que falar duro, ou mais suave, quando tiver que assim ser... Sem perder a sua essência, que é a doçura, a polidez do falar ao outro como gostaria que falassem consigo.
        E, ser doce é ser grosseiro? Bem, depende do referencial auditivo, porque cada pessoa interpreta a palavra ou a fala de um jeito. Como disse, tem coisas que tem que ser ditas, e acho que tudo tem que ser dito, mas no momento certo, do jeito certo.. E, se agrido o outro, xingo, o outro, desrespeito o outro... como posso encontrar um eixo de equilibrio e reativar a doçura?
         Bem, com certeza, a diferença de uma pessoa doce para outra que não é, está aqui. A pessoa doce, mesmo se exaltando, deixará prevalecer a doçura, o carinho, o afeto, o amor que existe dentro de si, e sendo grosseira, ou passando dos limites toleráveis de uma calorosa discussão, jamais agredirá o outro pessoalmente, ataca as ideias, os pensamentos, discute as ideias... gosta ou não gosta das ideias, e continua amando o ser humano com quem fala. E, em nome deste amor a este ser humano pessoa, tão falho quanto você, sempre, estando errada volta a trás, ou recua... mas, tenta a Paz.
            Por isso, como pessoa Doce que sou, sei o quanto é difícil, não xingar, se irritar, mas, mesmo que eu faça tudo isso, em algum momento,porque sou humana... o coração cheio de amor transborda e busca sempre a Paz, o equilíbrio, o entendimento, o retorno a ordem,,, ou outra ordem, ou até a um maravilhoso caos criativo e instigantemente provocador... mas tenta o diálogo e, se não consigo? Bem, mediante tantas tentativas não me desespero... E, quando menos espero, tudo se resolve, porque o coração está aberto.
            Ah!! Mas, nem tudo precisa ser dito, o silêncio é tudo... Bem, não concordo com isso. O silêncio para mim é tudo e nada ao mesmo tempo. Explico, se duas pessoas sabem, porque já disseram uma a outra o que pensavam e sentiam... E, ao se encontrarem silenciam, o silêncio é tudo, porque eu sei o que se passa com o outro; e, neste caso passa a ser de ouro porque guarda o segredo da conversa tida. Mas, se um pensa algo, o outro outra coisa, e não dizem nada? O silêncio é terrível, angustiante porque ninguém se entende.. um fala alhos e o outro bugalhos e ninguém se entende... O corpo fala quando conhecemos este corpo com a convivência, perguntando, conversando, observando e perguntando se o que está sendo observado é o que se pensa que é.. e assim, vai-se decodificando o mapa corporal... Mas, dizer que entende só olhando? Equívoco... porque os gestos possuem inúmeros significados e somente quem está fazendo o gesto é quem pode dizer com precisão o que ele significa. Como diz Clifford Geertz (1989) no livro dele A interpretação das culturas:"se falar a alguém é difícil, falar por alguém é absurdamente complicado." Porque trabalhamos com interpretações. Por isso, defendo que tudo tem que ser dito, na hora, momento, certo, mas tem que ser dito... para evitar más interpretações.
               Enfim, a vida não é complicada, mas, as vezes, a complicamos, exatamente, porque não acreditamos que alguém possa ser doce, zangada, humana, tudo ao mesmo tempo... Que coisa somos, não?!  E, por isso, fica a dica maravilhosa: A vida é preciosa e a doçura não nasce conosco, mas aprendemos a ser doces, quando nos colocamos de coração aberto para o aprendizado, a aprendizagem que a vida nos proporciona. E, assim, é isso sejamos apenas humanos e a vida agradece!!! (Marcia Adriana Lima de Oliveira)


               

Respeito, o que é mesmo isto?

       Bem, no final de semana, a partir de uma história de vida, fiquei a me perguntar o que é mesmo respeito? Deixe partilhar de minhas angústias com vocês, vejamos...  Respeito permeia pela compreensão dos limites uns dos outros, não é? Bem, quanto a um casal, um gosta mais do que o outro. Então, o que gosta menos decide se afastar... 
      A outra gosta mais e fica triste, mas resolve maturar o gostar enviando, uma vez ou outra um vídeo, uma mensagem ao homem amado, acreditando que estava respeitando o desejo dele, por apenas enviar algo que tocava a alma dela quando pensava nele, até que o pensamento fosse diminuindo e ela o visse só como amigo. Ele, por sua vez, acredita que ao se afastar, a jovem deveria ter ficado distante, pois não ter contato algum, seria a forma que ela tinha de respeitar a decisão dele. E, após enviar uma música, ele explode dizendo que ela não o respeitou e por isso, não a considera mais... 
         E, ela, por sua vez, ficou impactada sem saber como agir ou o que dizer, já que precisava fazer isto para aliviar os sentimentos e esquecer... Disseram coisas que se arrependeram depois, mas estão afastados, bloqueados e desconectados... 
         E, dessa história, novamente, me veio a questão: o que é mesmo respeito? Será que respeito o outro, quanto não me respeito? Ou seja, respeito o outro que quer distância, quando minha alma pede para falar, para maturar o que se sente? Então, o respeito é válido apenas para um lado? Será que da mesma forma que este jovem se sentiu desrespeitado quanto ao seu espaço ter sido invadido pela jovem, ela também não se sentiu desrespeitada por ele não entender o que ela precisava para esquecê-lo? Na verdade são dois seres, dois universos pensantes que podem trocar ideias, amplificar sonho, mas, continuam dois seres, dois indivíduos, cujos olhares podem ser complementares, convergentes ou divergentes. E, como resolver este impasse, bem? Apenas conversando, sem agressões de qualquer ordem, acerca do como cada um está se sentindo. Assim, com conversas tudo fica esclarecido, mas , tem-se que sentar, realmente, e conversar!!! Porque acredito que pior do que a separação, distancia entre duas pessoas que se querem bem, é o mal entendido... É o terminar deixando a grosseria prevalecer sobre a gentileza...Fica então, a dica, quando respeito o outro, seus espaços, limites, tem-se que dizer a ele como você reage a situação, e como é a sua atitude, para que o outro não se sinta agredido, magoado... E, que todos possam dormir, sempre, fazendo as pazes com quem quer bem... Não vale a pena levar magoas, mal entendidos para a cama e os dias vindouros... As vezes, acho que as pessoas sempre pensam que são imortais.. Porque quando a gente tem a consciência da mortalidade, logo depois que faz a besteira da bendita grosseria, arrepende-se e pede perdão... É assim, que aprendemos a aprender na vida... Não é não errando (se isso for possível, maravilhoso!!), mas é reconhecendo o erro e não o cometendo de novo... Chances são bênçãos e reconhecimento da nossa humildade frente ao que nos acontece...Assim, dêem-se uma chance de se entenderem, dêem-se uma oportunidade de conversar, esclarecer, e depois sigam juntos ou separados, mas com o coração em paz...

                Assim, Boa conversa e maravilhoso entendimento para todos e todas!! Amém!!!
(Marcia Adriana Lima de Oliveira)

 Desculpe-me! Paz!

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Intimidade ou não intimidade: o que desejo ter?

Foto: Marcia Adriana
      Já no século XVIII, conforme Louis Dumont, as pessoas começaram a ficar cada vez mais ensimesmadas, retraídas, preferindo a não intimidade, posto que o que desejavam era tudo cada vez mais para si. Um egoísmo exacerbado denominado individualismo. 
        Individualismo que separa as pessoas, colocando-as para se relacionarem não como pessoas, mas como pessoas e objetos. Coisificar o outro, ver o outro como mero objeto de prazer momentâneo ou duradouro, mas apenas prazer... Fez com que estas mesmas pessoas jamais se deleitassem com o prazer da intimidade.
    Séculos XIX e XX vem com duas abordagens o do não a intimidade, e o da transformação desta no olhar de Anthony Giddens, que chama cada uma das pessoas a repensarem suas relações, e, ao mesmo tempo compreender as mudanças na intimidade, no amor, na sexualidade, no erotismo.
      Giddens diz, no seu livro 'A transformação da intimidade. Sexualidade, amor e erotismo nas sociedades contemporâneas', que existe uma categoria chamada de 'relacionamento puro'; sendo que pureza aqui não significa ingenuidade, inocência, mas sim o retirarmos as amarras dos estereótipos acerca do ser amado como deus, ou deusa, como super herói ou mulher maravilha, e começarem a ver um ao outro como são, ou estão se tornando, seres humanos plenos com qualidades e defeitos. 
         O olhar o outro como ser humano pleno, dar mais segurança, conforto a ambos por saberem que não precisam mascarar o que não são e, por isso, irão se permitir amar e ser amado, de maneira tranquila, sem medos, receios de mostrar-se e ser rejeitado ou rejeitada.
         É interessante falar sobre a temática em questão, porque com o século XX e XXI, veio toda a enfase na contemporaneidade, na rapidez, na não-intimidade, na fluidez das emoções, na volatilidade dos sentimentos, enfim, na liquidez das relações. Bauman, foi um dos autores que mergulhando neste universo líquido escreveu a Modernidade líquida, o Medo liquido, o Amor liquido, o tempo liquido, enfim... Um retrato das relações que enfatizam a não intimidade.
           Contudo, o pensar no relacionamento puro, em que o casal caminhará lado a lado, partilhando  suas vidas, sonhos, tristezas e alegrias trás esperanças de que em um mundo tão grande como o nosso, ainda existem pessoas que desejam se envolver, sair juntas, conversar, trocar idéias, partilhar conquistas e se terem apoio mútuo  nas dificuldades, enfim, pessoas que queiram a intimidade, queiram permitir-se viver plenamente um relacionamento, colhendo frutos magníficos que será e que é o poder chamar cada um ao outro de companheiro, companheira, amigo, amiga, amor, tudo!! Tudo!!! Como já disse Fernando Pessoa: "Para ser inteiro, sê todo. Nada teu exagera ou exclui. Põe tudo o que tem no mínimo que fazes, assim em cada lago, a lua brilha, porque alta vive!!"
       Permitir-se e fazer com que dê certo o relacionamento, desejarem juntos que dê certo é MÁGICO!! Colocar-se de corpo e alma, plenamente!!! É um desafio grande, mas quem se arrisca, pode lograr êxito e conseguir um parceiro ou parceira que romperam, certamente, as barreiras do tempo e do espaço, ressaltando que a intimidade é um encontro de almas, expresso e manifesto no corpo, templo magnífico do seu Eu mais profundo, do que És!!
            E, então, resta apenas saber o que cada um quer de si: "Intimidade ou não intimidade, o que desejo ter? Eu desejo a intimidade. E você o que deseja, quer?" (Marcia Adriana L. de Oliveira)
                       

sexta-feira, 8 de maio de 2015

O que é ser Pai e / ou Mãe?

Eu e meu filho
(Foto: arcevo pessoal)
 No universo sociológico ser pai e/ou mãe são status, ou seja, posições que você ocupa como membro de um dado grupo social, neste caso, o grupo social família. Tem-se família aqui como "laços de descendência por consanguinidade ou por afinidade" (OLIVEIRA, 2003; DURHAM ,1983; ABREU, 1982; ...), ou seja, não importa se seja ou não descendentes biológicos, podem ser adotivos, ou adotados por afinidade, todos são família.
           E, quando pensamos em pai/ mãe, geralmente, associamos estas posições as pessoas que os ocupam, ou seja, os genitores, os seres biológicos que com a ajuda de seu óvulo ou espermatozóide contribuiu para que as crianças viessem a este mundo. Contudo, cada posição possui um papel social, ou seja "um conjunto de expectativas acerca do que o indivíduo que ocupa a posição deve fazer". Logo, ao ocupar a posição de pai, o que é experado que quem a ocupe faça? E da de mãe? O que uma mãe deve fazer?
             Assim, pai, mãe e filhos são posições que vão sendo preenchidas conforme a cultura, ou seja, valores, crenças acerca do que cada pessoa ao ocupá-las fará... Porém, em decorrência da diversidade cultural, do fato de sermos mais que sujeitos sociais, mas sim indivíduos, com vivências, experiências, subjetividades... Cada um de nós irá dar o seu toque a interpretação aos papéis, acrescentando falas e outras expectativas que antes, não existiam, ampliando o papel.
                E, nestas ampliações do papel social correspondente ao ser pai ou mãe, tem-se que qualquer pessoa independente do sexo, pode na família, ora ocupar a posição do pai (prover, dar segurança, proteger), ora a da mãe (acolher, cuidar, proteger, dar as direções, ...) ou a do (a) filho (a) ( quer carinho, proteção, cuidados).
                Logo, pode-se dizer que na família estamos constantemente dialogando com as várias posições (mãe/ pai/ filho (a)). E, ao ocupá-las os papeis corresponentes devem ser desempenhados a contento. E, neste momento, percebe-se como é difícil ser pai, ser mãe e ser filho (a), envolto em "n" expectativas, acerca do que se deve fazer, do como se portar, ... Uma sobrecarga, as vezes enorme, principalmente para quem é mãe solteira ou pai solteiro (entenda-se que aqui entram todos aqueles que cuidam dos filhos, independente de serem estes pais biológicos ou adotivos ).
                  Deseja-se o melhor para o (a) filho (a), mas deve-se aprender a ouvi-los acerca deste melhor... Dialogar, conversar, observar, participar da vida, enfim, quantos ensinamentos e aprendizagens... E, na escola, observar o crescimento, as dificuldades, tentar sanar as dificuldades, intervir, conversar... Professoras que são apenas professoras co-repetidoras e não educadoras, que ao serem interpeladas acerca do que fazer para melhorar o aprendizado, sentem-se acuadas e terminam "marcando" os (as) filhos (as) que estão em processo de formação (Ensino Fundamental) e veem -se diante de um obstaculo que é maior que o físico, mas é psiquico, o readquirir a auto-estima, sentir-se capaz de realizar a atividade, convivendo com este tipo de exemplo de professor, que ao meu ver, deveria desistir da docencia, pois, realmente, não acrescenta e nem faz jus a profissão... E, nós pais, apreensivos, com uma sobrecarga de status (temos trabalho, casa, escola, filhos,....) aumenta a ansiedade, a preocupação, o nervosismo, que acaba mais dificultando que ajudando...
                       Rever posturas, valores, atitudes, enfim, rever a própria vida, é uma grande grande arte. A arte da humildade, frente ao fato de que ninguém nasce pai ou mãe, ou até mesmo filho (a), vamos aprendendo a ser num continuo processo do aprender, a cada etapa da vida.
                         E o que me encanta mais, apesar das angústias neste processo é o olhar para um ser,  antes pequeno, hoje maior que eu, antes aparentemente frágil, mas hoje, cresceu e cresce forte, e, vê-lo se aproximando, abrir um sorriso e dizer com todas as letras: "Mãe, eu te amo!!"Vamos conseguir vencer, crescer juntos!!" É isso aí!! Vencer juntos sempre!! Aprender, crescer, amadurecer, sofrer, ser feliz, conquistar, ser vitorioso nos propoósitos!!! Altos e baixos que chegam para sacudir a vida e nos fazer redimensionar quem somos, o que somos, o que queremos ser, e como faremos para chegar lá!! Eu quero ser, cada vez mais e mais, uma maravilhosa mãe e dar ao meu filho, como venho dando o meu melhor para que ele cresça em consciência emocional e intelectual, social!! É fácil? Como disse anteriormente, não é, mas vale a pena, pois, ser Pai / Mãe é, antes de tudo, doação, responsabilidade, ser duro quando é preciso, ser molinho nos momentos certos, sermos humanos, mostrarmos que somos seres que erramos e que acertamos, mas que ao errarmos reconhecemos nossos erros, nos desculpamos e modificamos, e amamos muito incondicionalmente a pessoa que nos proporciona ocuparmos esta posição privilegiada de Pai/ Mãe que são os (as) filhos (as).
Feliz dia dos PAIS!! DAS MÃES - PAIS!!! DOS AVÔS/ TIOS- AMIGOS!! PAIS- MÃES!!! DOS CUIDADORES!! DAS CUIDADORAS!! DA FAMÍLIA!!!
                                                                                                           (Marcia Adriana Lima de Oliveira)

Referência
OLIVEIRA, Marcia Adriana L. de. Separações e Divórcios: elementos que fazem parte da dinâmica familiar ou elementos de desestruturação desta? In: OLIVEIRA, Marcia Adriana L. Reflexões sobre a Sociologia Aplicada à Educação. Teresina-Pi: UAB/FUESPI/NEAD, 2012, pp.74-110.