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Foto: Arcevo pessoal em Manali |
ÍNDIA OU ÍNDIAS? RELATOS DO VIVIDO
Marcia
Adriana L. de Oliveira
“O
olho vê,
a
memória revê,
mas
é a imaginação
que
transfigura o mundo”
(Manoel de Barros)
1.INTRODUÇÃO
Este
texto emergiu de uma proposta apresentada aos Professores de História da escola
de meu filho, no intuito de contribuir para um outro olhar sobre a Índia, a
partir de relatos do Vivido, como será abordado com mais detalhes na seção 2 da
mesma.
Percebe-se
que todos os livros de História, Sociologia, Antropologia, Psicologia, e outras
áreas afins, ao mencionarem a Índia reportam-se a dimensão religiosa, a
Organização social fundamentada na Religião, ao processo de colonização e as
mudanças que o mesmo proporcionou na dimensão política indiana. Contudo, as
fotos que chamam atenção para este país são relacionadas ao extraordinário para
a nossa cultura, que é o comum na deles como o encantador de serpentes, o banho
e uso múltiplos de feitos no Rio Ganges, considerado um Rio Sagrado, dentre
outras cidades transformadas em Patrimônio Histórico.
Assim,
esta proposta surgiu de uma vivência na Índia há doze anos, tendo a consciência
de que pelo tempo transcorrido muitas alterações devem e foram feitas, que
talvez lugares visitados nem existam mais. Porém, o que vi foi uma índia rica,
exuberante quanto a arquitetura, aos detalhes nas esculturas, e nas construções,
como bordados em madeira. Ruas bem ocidentais com toda uma infraestrutura e uma
multiplicidade de pessoas de castas diferentes que permeiam e circulam nestes
espaços, ora tranquilos, ora caóticos.
A
Universidade de arquitetura simples, mas antiga quanto a dimensão tempo, trás
as novidades informacionais, transformadas em conhecimento pela tecnologia
utilizada, um encontro entre as novidades, inovações e o passado, que surge nos
repousos após o almoço embaixo das árvores do Campus Universitário de Delhi.
Logo,
proponho esta partilha para que vejam um pouco da Índia que vivenciei.
Esclareço que não é nostalgia ou saudosismo, mas, apenas o registro para que
não se perca de outro olhar do lugar em que meu filho foi gerado, e, assim
sendo, faz parte da história dele, mesmo abrindo o caminho para que outro possa
fazer parte de nossa história, da minha história, enquanto futuro companheiro, mas
que chegue sem ciúmes do que um dia fez parte de nossa vida e nos deu um
presente lindo que é meu filho.
E, agora, peço permissão para me colocar na
primeira pessoa, pois, como relatos do vivido, não posso escrever sem me
mostrar. Logo, convido todos vocês leitores para este caminhar comigo, cujo
objetivo maior aqui é ampliar os olhares sobre uma cultura, repletas de
culturas, e nestas, vários contrastes, que ora se chocam, ora se complementam
como é a Indiana. E, que será construído, digo este caminhar, com base em
alguns pontos do livro de História de Cláudio Vicentino (2013), que é o
utilizado na série do meu filho, e que despertou em mim, agora que ele está
estudando pela primeira vez sobre a Índia, o desejo de ir além das imagens que
vi. Contribuindo para ajuda-lo e ajudar os colegas dele a compreenderem mais
deste universo bem diferente de onde ele veio. Assim, vamos ao próximo item.
2.ÍNDIA OU ÍNDIAS? RELATOS
DO VIVIDO.
Bem,
Cláudio Vicentino (2013) coloca na página 258, no subitem: A força da Religião
que dentre as divindades do “Bramanismo estão Brahma (Deus); Vishnu, deus da
conservação e Shiva, deus da destruição.” Mas, na Índia, Shiva é muito
respeitado e adorado, porque para eles ele é o deus que retira a maldade do mundo.
Shiva
anda pelo mundo, pelos quatro cantos do mundo retirando dele toda a maldade e
mantendo o equilíbrio, a paz e a harmonia. Veja na foto o pescoço e nele uma
cobra. Esta simboliza o mal do mundo, e o pescoço azul é o veneno da cobra que
já foi neutralizado no corpo de Shiva, impedindo que o mal permeie o mundo
(Veja na foto abaixo).
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Foto: Domínio Público |
Sobre
o Hinduísmo tem uma lenda que diz que: quando Deus criou o mundo e o homem, Ele
deu 25 anos da vida Dêle para o homem. Neste período, o homem fez tudo o que
queria fazer, sem ninguém dizer nada. Ele podia fazer tudo (Este foi o período da Infância). Depois, o homem aos 25 anos
disse a Deus:_ “Dá –me mais 25 anos, por favor... Eu não fiz nada ainda...” .
Neste momento um burro ia passando e ouvindo disse:_”Não se preocupe Deus, eu
dou 25 anos de minha vida para ele.” Então, o homem passou este tempo
trabalhando de domingo a domingo (É
quando o homem casa e começa a trabalhar, mas não deixa de ser visto como
criança para os pais). Então, chegou aos 50 anos de idade e o homem
disse:_”Meu Deus, por favor, dá-me mais 25 anos.. Eu só trabalhei, não aprendi
nada...”. Neste momento passa um cachorro e diz a Deus:-“Não se preocupe meu
Deus, eu dou 25 anos de minha vida para ele.”. Então, o homem passou a não se
preocupar com nada, comia quando davam comida, bebia quando davam o que beber,
não se irrita e nem fala de ninguém, está tudo sempre bem com ele. (É o período do Idoso). Finalmente,
chegou aos 75 anos de idade, e então, o homem disse:_”Meu Deus, dá-me 25 anos a
mais, ainda tenho o que aprender.” E, desta vez, Deus disse:_”Deixa tua casa,
tua família, e segue pelo mundo, como andarilho e vai aprender até morrer.” (Período do Sábio- chamados de Bábá- são os
sacerdotes que seguem pelas ruas pedindo oferendas aos deuses e dinheiro,
comida.)
Nesta história Hindu, percebe-se como eles
pensam a dimensão geracional: infância, adulto e idoso. Não há adolescência. E,
nem adulto, porque na verdade ao casar para os pais continuarem com o controle
eles, as vezes, subestimam a capacidade de seus filhos, inferiorizando-os
(“Cortar as asas para não deixar voar”).
Os
Hindus também são virilocais, ou seja, quando casam, com esposas escolhidas
pelos pais, então a mulher perde todos os seus referenciais culturais e vão
abraçar a cultura do marido, por exemplo, se ele não come carne, então a esposa
também não comerá. Se ele tem um credo a esposa segue o dele, e assim,
sucessivamente. As mulheres não possuem poder de decisão, exceto em casa. Para
a mulher fica o âmbito da casa e para o marido o da rua, bem a Casa e a rua de
Roberto DaMatta, em O que faz o brasil, Brasil. Todos residem no mesmo prédio, se
for em uma casa, cada casa tem várias famílias, todas ligadas ao Patriarca, bem
sistema colonial. Confiram as casas e observem o detalhe do portão. A noite em
alguns bairros eles são fechados, como se fosse um toque de recolher,
transformando-se em condomínios fechados como temos aqui.
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Foto: Marcia Adriana
Interessante
é que cada bairro possui a seguinte estrutura: a Praça no centro e em volta,
tem-se o mercado, as lojas, e as residências a posteriori.
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Bem, quanto as castas, como bem
disse Cláudio Vicentino (2013) continuam a existir na Índia, apesar de terem
sido abolidas na Constituição, promulgada na época da Colonização Britânica, e
para conseguirem a Independência Gandhi lutou, mas jamais quis o fim das
castas. Ele queria apenas a união da Índia para que voltassem a ser
independentes. Após a Independência construíram um arco do Triunfo em Connect
Place. Este lugar é onde ficam o polo comercial maior, bem como as embaixadas e
tem tudo. O asfalto é perfeito, porque utilizam pneus na composição da liga.
Confiram:
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Foto: Marcia Adriana
Outras
cidades muito bonitas são Agra e Manali. Interessante que para passar de uma
região para outra, atravessamos muitas barreiras, e as leis mudam. É como se
existissem e termina existindo várias Índias dentro da própria Índia. Vamos
conhecer antes de irmos a Agra e Manali um pouco mais de Delhi, capital da
Índia, confiram as avenidas, tudo muito semelhante ao nosso, se não fosse pelo
uso abusivo que fazem das buzinas, porque retiram os espelhos retrovisores
laterais e é um Deus nos acuda! Confiram:
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Fonte: Marcia Adriana
E a ponte na qual o trem passa, observem a arquitetura! |
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Foto: Marcia Adriana |
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Foto: Marcia Adriana |
Vamos
sair de Delhi e ir a Manali. Nossa!! um lugar muito interessante. É uma estação
de veraneio e nesta cidade tem um banho terapêutico pelas propriedades da água
morna. Também tem a floresta de Pinheiros na qual está o templo dedicado a
deusa Laxmi. Neste templo, você entra em Pé e o teto vai sendo rebaixado,
forçando você a chegar aos pés da deusa completamente curvado, independente do
seu credo. Laxmi é a deusa da fartura, da abundância que abençoa os quatro
cantos do mundo. Também tem Neve nas montanhas, e nestas, pode-se ver o fluxo
das pessoas, e bizões. Além de avalanches! Também nas casas as roseiras são
verdadeiras árvores. Lindas, cobrindo a faixada das casas. Confiram!
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Foto: Marcia Adriana
AQUI ESTÃO AS ROSEIRAS NA FRENTE DAS CASAS. COMO ÁRVORES, SÃO LINDAS!!! |
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Foto: Marcia Adriana |
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Foto: Marcia Adriana
Foto da parte externa da Pousada que fiquei em Manali e ao lado, no topo das montanhas a neve. |
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Foto: Marcia Adriana
Foto da parte externa da Pousada, de um lado neve, e do outro esta maravilha!! |
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Foto: Marcia Adriana
Aqui a lateral com montanhas, cujos topos estão cobertos por neve. |
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Foto: Marcia Adriana
Foto da Arquitetura Indiana em Manali, Observem o telhado. |
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Foto: Marcia Adriana
Aqui o rio ganha força com o desgelo da neve. |
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Foto: Marcia Adriana
Aqui o rio ganha força com o desgelo da neve. |
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Foto: Marcia Adriana
Aqui o rio ganha mais e mais força com o desgelo da neve. |
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Foto: Marcia Adriana
Uma cachoeira feita do desgelo da neve. |
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Foto: Marcia Adriana
Aqui em Rohtang Pass, o nome desta Montanha em Manali. |
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Foto: Marcia Adriana
ROHTANG PASS |
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Foto: Marcia Adriana
Observem o detalhe do Bisão. |
Foto: Marcia Adriana
Aqui com os trajes para passear na neve em Rohtang Pass, que você aluga na subida da Montanha.
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Foto: Marcia Adriana
Floresta de Pinheiros que fica no bosque no qual está localizado o Templo da deusa Laxmi. |
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Foto: Acervo pessoal
Aqui sou eu em frente ao templo da deusa Laxmi.
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Aqui
curiosidades quanto ao vestuário. Para mulheres que não são casadas conforme a
tradição Hindu e solteiras, a roupa deve ser camisa, dupatta, salua. Conforme
será isto nas fotos que seguem. E, nestas observem que o Dupatta é o lenço azul ou bege colocado em volta do pescoço, e cai sobre a camisa, dando um charme especial ao vestuário. E, também, como as camisas indianas são na sua maioria algodão, as vezes, são transparentes, o Dupatta, vem para cobrir o colo. A camisa, podem ser com mangas longas ou curtas, podem ser bem compridas ou na altura das coxas, outras até o joelho e outras, depois destes. São lindas! E o salua é a calça. A curiosidade da calça é que pode ser fofinha e presa no tornozelo, ou toda reta, ou mais justa. Confiram alguns modelitos do meu acervo pessoal.

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E,
saindo de Delhi para Agra, depois da viagem a Manali, conheci Agra Forte,
visitando também o Taj Mahal e Fatehpur Sikri. Esta última é uma cidade construida há mais de 500 anos, em
estilo indo-arabico e que se mantem quase intacta com relação a sua
arquitetura. E, o que mais me chamou atenção foram as plantas em volta e nesta
cidade, todas muito semelhantes as que vemos aqui. Este espaço também é um espaço de orações. Possui uma mesquita e
muitos homens vão orar. E, enquanto eles oram, as mulheres se posicionam perto da
cripta construida em mármore de uma jovem esposa de um homem importante, então,
todas pregam fitas nas paredes desta cripta e dizem que ela protege as família,
bem como cada nó dado corresponde a um pedido que será atendido. Confiram as fotos que seguem de meu acervo pessoal., tiradas por mim e de mim, pelo meu guia. Aqui meu filho já estava no meu ventre.










E, bem ao lado de Fatehpur-Sikri, temos Agra, com o Agra Forte e Taj Mahal. Diz a história que a rainha Mahal ao ter o seu 13º filho faleceu e o Rei mandou construir o Taj Mahal, de uma maneira tão linda que fosse impossível ser construido em outro lugar, e para garantir isto, nenhuma pessoa que participou de sua construção permaneceu vivo. Pouco tempo depois, o primogênito do Rei, constroi no Agra Forte uma ala de Marmore, onde aprisiona o Pai e toma o poder para si. E, quando o Rei morre, ele é sepultado ao lado de sua rainha no Taj Mahal. Então, quando eu entrei neste lugar foi que percebi que é um enorme Mausoléu. Um cemitério com um único Mausoléu. E, nas laterais deste tem-se mesquitas. Ao chegar próximo do Mausoléu, você tira os chinelos, porque a qualquer tempo o mármore é sempre frio. Então, tirei a minha sandália e entrei. É muito interessante... Dentro tem uma coroa de Marmore e no centro tem as duas lápides, com uma gruta embaixo onde foram guardados os objetos preciosos do mesmo. Toda a parede possui a flor de lotus desenhada com rubi e esmeraldas. Muito lindo! Contudo, continua a ser um Mausoléu. E, ao chegar, eu ficava a me perguntar porque tanto fascinio pelo Taj Mahal, tinha até danceterias com este nome, ao que eu perguntava, ir a uma Boate com o nome do Taj Mahal é a mesma coisa que Cemitério São Judas Tadeu, ou Alto da Ressurreição... Passou, por respeito a ser estranho para mim. Então, no lugar do fascinio sinto apenas respeito. E, nesta viagem, não fiz sozinha, meu filho já se encontrava no meu ventre. Eu já estava grávida. Confiram as fotos e para subir ao Taj Mahal, podem escolher o camelo como um dos meios de Transporte. Todas as fotos a seguir são do meu acervo pessoal, tiradas por mim ou de mim, pelo meu guia.
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Parte externa do Hotel que fiquei em Agra. Lindo e suntuoso por fora e por dentro. |
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Aqui pode escolher como quer chegar ao topo do monte onde fica o Taj Mahal. |
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Aqui fica a entrada do Taj Mahal. |
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Uma pausa para foto e também para mostrar o complexo atras com corredores, É um cemitério enorme, NOSSA!! |
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Aqui outra entrada para o Portão principal. |
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E, ao entrarmos, finalmente, o Taj Mahal o maior Mausoléu do Mundo! No centro tem uma coroa de mármore e as duas lápides, do Rei e da Rainha Mahal. |
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Aqui, eu e meu filho no ventre, vivendo tudo isto. |
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Em cada lateral tem um jardim que leva ao Mausoléu. |
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Nesta entrada tem uma mesquita, bem como do outro lado também. No Taj Mahal, tudo é simétrico. |
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Mesquita que fica na lateral do Taj Mahal. |
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Agora, já prôxima ao Tumulo ou a entrada no Mausoléu, tem-se a mesquita. |
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Um rio passa atrás do Taj Mahal, e que é o mesmo que passa atrás do Agra Forte. |
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Pausa para este registro fotográfico. |
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Visão frontal do Taj Mahal. No final, tem-se um local para colocarmos os calçados. E, descalços entramos no Mausoléu. |
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Aqui, eu e meu filhão, descansamos um pouco em um dos arcos, que funciona como janela, do lado esquerdo da Porta de entrada do Taj Mahal, e é tudo frio, porque sendo tudo mármore, o mesmo mantem a temperatura amena. |
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Aqui são os bordados contidos em toda a parte alta de Taj Maahal. Bordado que representa a Flor de lotús feita de pedras preciosas. |
Agora vamos ver as fotos do Agra Forte. Observem os detalhes na arquitetura, e os pontos em que o mármore é trabalhado com as mesmas pedras preciosas utilizadas no Taj Mahal. Todas as fotos foram tiradas por mim, ou pelo meu guia e fazem parte de meu acervo pessoal.
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Entrada do Agra Forte |
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Observem os detalhes no mármore. Foi nesta parte de mármore que o Rei Mahal foi aprisionado pelo seu filho após a morte de sua esposa. E, assim, o primogênito assume o poder. |
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Aqui possui os mesmos bordados encontrados no Taj Mahal, e é um lava-pés. |
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Deste local o Rei quando começou a ficar cego, colocou um diamante 'olho de tigre' na parede, e dele conseguia ver o Taj Mahal, acompanhar todos os dias a sua amada. |
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AQUI, ACHEI INTERESSANTE PORQUE ELES JÁ FAZIA O RECOLHIMENTO DA ÁGUA DAS CHUVAS. |
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NA ENTRADA DO TAJ MAHAL, TEM ESTA PLACA QUE NARRA O SIGNIFICADO DESTE MONUMENTO, QUE NA REALIDADE, É UM ENORME MAUSOLÉU.
Foto: Marcia Adriana
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Foto: Marcia Adriana- Finalizando este passeio com muito mais coisa na bagagem. Todo caminhar é válido, quando se aprende com o mesmo.
E, agora retornando a Delhi, detalhes sobre a culinária
indiana. Essa é muito parecida com a nossa, por exemplo, arroz com frango, é
bem indiano, com iogurte natural temperado com sal, pimenta do reino, cebola e
todos comem esta refeição com a colher. Arroz doce, também uma sobremesa
especial indiana, que acrescentam no lugar da canela, passas para que fiquem
bem hidratadas. Feijão e arroz, NOSSA!!Uma delícia! Os doces então, nem se
fala! Mas, o texto sobre culinária deixaremos para um outro momento. Enfim,
aqui finalizo o meu relato, e vou para as considerações deste.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se, ao longo da narrativa descritiva, que, como
disse Claude Lévi-Strauss em seu livro Mito e o seus significados: por trás de
diferenças, existem semelhanças, pontos que se cruzam e se mesclam, mesmo em
culturas distantes.
E, a partir desta
multiplicidades de olhares culturais o etnocentrismo vai sendo trocado pelo
relativismo cultural, que menciona, dentre outras coisas, o fato de que jamais
haverá uma única cultura, existem culturas, que estão para atender as
necessidades humanas, nossas necessidades, e, que,no momento em que for
preciso, poderá ser modificada. Nada está completamente pronto.
Com esta afirmação, tem-se que o respeito as diferenças
culturais é fundamental. Não precisamos aceitar o diferente, se esta aceitação
pressupuser o desrespeito ao que se acredita, mas RESPEITAR SIM, É
INCONDICIONAL.
Logo, tem- se que a India, realmente, não é apenas uma
Índia, mas uma pluralidade de índias, que ora é muçulmana, ora Hindu, ora Siki.
Também possui peculiaridades quanto ao vestuario, hábitos alimentares,
organização familiar, dentre outros, e que jamais se pode ou poderá generalizar
qualquer olhar sobre este país.
Portanto, tem-se que um país pode ser considerado como
uma grande colcha de retalhos em que, cada pessoa que conhecemos ao longo da
nossa trajetória de vida, passa a ser um destes retalhos preciosos com seus
conhecimentos, suas partilhas que vão enriquecendo a nossa vivência e o nosso
crescimento cognitivo, afetivo, espiritual. Tudo, realmente, é sempre um grande
aprendizado. Foi maravilhoso esta oportunidade de partilhar os meus relatos do
vivido na Índia com todos e todas vocês.
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REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Marcia Adriana L. de. Relatos do Vivido na Índia. Delhi, 2001